quinta-feira, 15 de agosto de 2019
Problema da aberração esférica em lentes é solucionado depois de 2.000 anos
‣ Aberração esférica
Um trio de físicos mexicanos resolveu um problema óptico que permaneceu sem solução por 2.000 anos.
E, ao solucionar o quebra-cabeças, eles abriram a possibilidade de criação de lentes de formato livre que poderão encontrar aplicações em todos os campos da óptica, de óculos e microscópios a telescópios.
Mais de 2.000 anos atrás, o matemático grego Díocles identificou um problema com as lentes: Ao olhar através de dispositivos equipados com elas, as bordas pareciam mais difusas do que o centro. Ele propôs que o efeito ocorre porque a luz atingia as lentes esféricas em um ângulo que não poderia ser focado por causa das diferenças na refração. Esse problema, que passou a ser conhecido como aberração esférica, resistiu a todas as tentativas de solução, incluindo as de Isaac Newton e de Gottfried Leibniz.
Em 1949, Gerhard Wassermann e Emil Wolf criaram um meio analítico para descrever o problema, que passou então a ser conhecido como o problema Wasserman-Wolf. Eles sugeriram que a melhor abordagem para resolver o problema seria usar duas superfícies adjacentes asféricas para corrigir as aberrações - uma lente asférica é uma lente cujos perfis de superfície não são partes de uma esfera ou cilindro.
Desde aquela época, pesquisadores e engenheiros criaram uma variedade de maneiras de resolver o problema em aplicações específicas, principalmente em câmeras e telescópios. A maioria desses esforços envolve a criação de lentes asféricas para neutralizar os problemas de refração. E, embora tenham resultado em melhorias, as soluções geralmente são caras e inadequadas para algumas aplicações.
‣ Solução da aberração esférica
Agora, Rafael González-Acuña e seus colegas da Universidade Nacional do México e do instituto Tecnológico de Monterrey descobriram um meio para corrigir o problema com lentes de qualquer tamanho.
Expressa em uma longa fórmula matemática, a solução baseia-se em moldar a forma de uma segunda superfície asférica, precisamente projetada para interagir com a superfície da lente original. Essa segunda superfície corrige as distorções geradas pela primeira, resultando na eliminação da aberração esférica.
Os pesquisadores mexicanos testaram sua solução em simulações computadorizadas, mostrando que uma lente biasférica pode alcançar uma precisão de 99,999999999%.
Eles sugerem que a fórmula pode ser usada em aplicações como óculos, lentes de contato, telescópios, binóculos e microscópios.
‣ Imagem
O problema da aberração esférica é mostrado na imagem, comparando uma lente ideal (esquerda) e uma lente real (direita). A solução (embaixo) é longa, mas resolve o problema.
Fonte: https://www.inovacaotecnologica.com.br
quarta-feira, 19 de junho de 2019
É assim a incrível visão de todo o universo conhecido quando reduzido a uma única imagem
A coisa mais humana da Terra é a Voyager 1. Embora esta nave espacial feita na década de 1970 esteja muito longe neste momento e ainda enviando informações até nós do espaço profundo, ela nunca será capaz de tirar uma foto do Sistema Solar. Ou da Via Láctea. E definitivamente nunca de todo o universo observável. Mas com um pouco de proezas matemática e artística, podemos juntar o que temos e ver como tudo se parece lá de fora.
Você pode notar que a Terra parece estranhamente grande em comparação com praticamente todos os outros objetos retratados. A razão é que Pablo Carlos Budassi criou esta imagem em uma escala logarítmica, e não a escala linear que você geralmente vê em imagens astronômicas. Para obter uma melhor compreensão da escala, pense nesta imagem plana como um cone apontado diretamente para você. O sol está na ponta. Cada seção do cone mais distante de você representa um campo de visão várias ordens de grandeza maiores do que a anterior.
Budassi conseguiu fazer isso coletando mapas, fotografias e dados de pesquisadores da Universidade de Princeton e da NASA. Em 2005, uma equipe de pesquisadores da Princeton publicou uma coleção de mapas logarítmicos do universo no Astrophysical Journal (você pode vê-los aqui). Enquanto eles se parecem mais com gráficos do que com fotografias, os pesquisadores conseguiram “exibir com precisão toda a gama de escalas astronômicas da vizinhança da Terra até as microondas cósmicas de fundo” para uma escala logarítmica. Usando esta informação, Budassi reuniu as reuniu no “Photoshop usando imagens da NASA e algumas texturas criadas por ele próprio”. O resultado final? Nosso universo estranhamente vislumbrante, não exatamente em escala, mas talvez o melhor resultado que nós pudemos chegar até agora.
Imagem em maior definição. Clique para ampliá-la.
sábado, 11 de maio de 2019
Artigo da Unesp está entre os mais lidos de 2018 em Física
Trabalho de pesquisadores de Ilha Solteira foi destaque na Scientific Reports, da Nature
07/05/2019 por: Marcos Jorge
Publicação do grupo Nature, a Scientific Reports divulga, anualmente, os artigos mais lidos em diversas áreas
Imagem: Reprodução
Ao longo do ano de 2018, o periódico Scientific Reports, da Nature, publicou mais de 1133 artigos na área de Física. Um desses trabalhos, assinado pelo professor Antonio Seridonio, da Unesp de Ilha Solteira, pelo seu aluno de doutorado Luciano Ricco, e com as colaborações da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Rússia, ficou entre os cem mais lidos do ano.
A notícia foi informada por meio de carta do Dr Richard White, editor-chefe da Scientific Reports, ao professor Seridonio. O docente e os alunos envolvidos no trabalho estão vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Materiais.
O artigo, teórico, intitulado “Tuning of heat and charge transport by Majorana fermions” publicado pelos pesquisadores da Unesp descreve a possibilidade de criar nanodispositivos termoelétricos a partir do uso de nanofios supercondutores topológicos, onde os majoranas emergem como estados de borda.
Para ler o artigo completo, acesse: https://www.nature.com/collections/afggedgdbj/content/76-100
Os majoranas são atualmente um dos objetos mais estudados da Física e foram teorizados pela primeira vez pelo italiano Ettore Majorana, ainda na década de 30. Em Física da Matéria Condensada, o majorana é também conhecido como uma quasipartícula (ou partícula aparente), tendo a si mesma como antipartícula.
No artigo destacado pela publicação da Nature, os pesquisadores propõem um sintonizador termoelétrico assistido por férmions de Majorana. A expectativa do professor Seridonio é que o trabalho teórico possa contribuir para o desenvolvimento de dispositivos termoelétricos baseados em férmions de Majorana.
Em 2018, o site da Sociedade Brasileira de Física publicou um vídeo do professor de Ilha Solteira explicando mais detalhes sobre o artigo publicado na Scientific Reports. O vídeo pode ser visto a seguir:
Bigorna Flutuando
A densidade do ferro é menor que a do mercúrio, então, se você tentar mergulhar uma bigorna em um balde cheio de mercúrio, ela flutuará.
Credits (créditos): Cody'sLab - https://www.youtube.com/channel/UCu6mSoMNzHQiBIOCkHUa2Aw
terça-feira, 7 de maio de 2019
Qual a cor do tênis?
A neurocientista Claudia Feitosa Santana, que atuou como Professora Visitante entre 2016 e 2018 aqui na #UFABC, fala sobre a recente polêmica da cor de um tênis: Cinza com verde? Ou rosa com branco? Confira a explicação abaixo:
"Essa ilusão não tem nada a ver com cérebro direito ou esquerdo, explicação totalmente fake news. A verdadeira explicação está em como nossos cérebros lidam com as mudanças de luz no nosso cotidiano, muito longe da dicotomia tentadora de rotular as pessoas em razão versus emoção. A luz ambiente muda o tempo todo, seja quando entramos numa garagem ou saímos de casa ou mesmo quando as nuvens se modificam no céu. Nosso cérebro evoluiu de forma que descontamos a mudança na iluminação para que o mundo fique um pouco mais estável para a gente, ou seja, um mecanismo que nos traz um pouco de estabilidade porque, caso contrário, os objetos mudariam de cor várias vezes ao dia e seria bem desconfortável pra gente. Em geral, nossos cérebros fazem esses cálculos de forma parecida, mas quando fazemos de forma muito diferente nos chama bastante atenção e esse é o caso do #thedress e agora desse tênis - alguns descontam a luz de forma que vêem verde/azul e cinza/bege e outros vêem rosa e branco. Portanto, a explicação está na forma como interpretamos a luz e não no lado do cérebro. E manipular a luz da tela não resolve para todo mundo. Mais que isso: duas pessoas que vêem o tênis da mesma cor não necessariamente vêem o vestido da mesma cor. E o mais importante de tudo isso: separar as pessoas em cérebro direito e esquerdo é sinônimo de andar na contramão da neurociência. Ser mais razão (ex. lógico) que emoção (ex. artístico) ou vice-versa não tem nada a ver com o lado do cérebro porque ser mais uma coisa que outra ou as duas ao mesmo tempo é o resultado de uma orquestra cerebral que usa os dois lados do cérebro. Na real, somos razão e emoção juntos e a balança pesar mais para um que para outro depende do assunto, do dia, do humor, da fome, etc e tal. A percepção de cores é relativa assim como nossa percepção em geral e fica fácil entender isso se usarmos preço como exemplo. O tênis em questão custa aproximadamente 400 reais. Isso é caro ou barato? Depende da nossa conta bancária! No caso da cor do tênis, tudo depende de como nosso cérebro funciona. Quase todo mundo vê o tênis original como rosa-e-branco, mas o que interessa aqui é a foto do tênis que a maioria percebe verde-e-cinza ou rosa-e-branco, mas tem outras variações como azul-e-bege. E quem tem razão? Todo mundo. A cor é geralmente pensada como uma qualidade do objeto ou da luz, mas isso não é verdade, a cor é uma construção mental determinada por processos neuronais onde a luz é apenas o início desse processo. Nosso cérebro vem equipado com um mecanismo que se chama constância de cor que está o tempo todo descontando as mudanças na iluminação para que a cor dos objetos se mantenha estável. Como isso funciona na foto do tênis? Alguns cérebros assumem que a iluminação é rosada, descontam essa iluminação, percebendo o tênis verde-e-cinza; outros assumem que a iluminação é esverdeada, descontam essa iluminação, percebendo o tênis rosa-e-branco. Esse verde e esse rosa são cores complementares: faça o teste da pós-imagem (fotos dos quadrados) com olhar fixo no centro por 30 segundos e depois olhe para uma parede branca. Como a iluminação na foto é ambígua, ela pode ser vista como esverdeada ou rosada e, por isso, as pessoas acabam vendo cores muito diferentes. Se a iluminação ambígua fosse de cores muito próximas (ex.: azul e verde) a foto do tênis não tinha viralizado. Então, a pergunta que fica: o que os cérebro que veem verde-e-cinza têm em comum? E os cérebros que veem rosa-e-branco? Esse é a mesma pergunta sobre o #TheDress e os artigos publicados (inclusive o meu) apontam para o seguinte caminho: diferentes experiências com a luz durante a infância ou ao longo da vida podem influenciar a forma como nosso cérebro funciona e como percebemos as cores. Teste pós-imagem: Givago Souza." (Claudia Feitosa Santana)
Veja também o vídeo "UFABC em pesquisa T01E01 Neurociências: Percepção Visual" e conheça o trabalho da pesquisadora Claudia Feitosa Santana sobre percepção visual e conheça sua hipótese para explicar o fenômeno viral do vestido: será preto e azul ou branco e dourado?ufabc.net.br/empesquisa01 #Neurociência#DivulgaçãoCientífica
#ImagemAcessível: Imagem de divulgação de texto sobre perpeção de cores de Neurocientista com passagem pela Universidade Federal do ABC. O fundo da imagem é cinza. No topo centralizado temos duas fotos dentro de dois quadrados, ambas as fotos exibem uma mão segurando um par de tênis. No lado esquerdo o tênis tem as cores rosa e branco e no lado direito o tênis tem as cores verde e cinza, no entanto, a perpeção das cores desses tênis pode variar de pessoa para pessoa, conforme explica o texto da postagem que acompanha a imagem. No centro no lado esquerdo, abaixo das fotos, temos um retângulo branco pequeno e dentro dele a palavra "Pesquisa". Abaixo deste retângulo e também das fotos, mais ao centro da imagem temos dois quadrados. O quadrado do lado esquerdo está dividido em outros quatro quadrados de tamanhos iguais, os quadrados do canto superior esquerdo e o do canto inferior direito tem a cor rosa e os quadrados do canto superior direito e do canto inferior esquerdo tem a cor branca. O quadrado do lado direito também está dividido em outros quatro quadrados de tamanhos iguais, os quadrados do canto superior esquerdo e o do canto inferior direito tem a cor verde e os quadrados do canto superior direito e do canto inferior esquerdo tem a cor cinza. Na parte inferior da imagem, temos um retângulo branco, dentro dele o texto "Qual a cor de tênis? Neurocientista com passagem pela UFABC desmistifica teorias populares sobre características dos diferentes lados do cérebro" na cor verde e com texto alinhado à esquerda. No rodapé, no canto inferior direito há um retângulo branco e dentor dele o logo da Universidade Federal do ABC nas cores verde e amarelo.
https://www.facebook.com/ufabc/photos/a.325879979902/10157654292299903/?type=3&theater
segunda-feira, 6 de maio de 2019
Corrente elétrica assume nova definição em maio
Corrente elétrica assume nova definição em maio; confira
Trata-se de uma das quatro medidas do Sistema Internacional que serão redefinidas em 2019
02/05/2019 - 10H02/ ATUALIZADO 10H02 / POR JÉSSICA FERREIRA
COMO AS MUDANÇAS DE MEDIDA AFETARAM SUA VIDA? CONFIRA (FOTO: PIXABAY/READYELEMENTS)
O ampere, uma das unidades de medida do Sistema Internacional (SI), vai passar por mudanças a partir de 20 de maio, Dia Mundial da Metrologia. Ele esteve sob o interesse de 60 países durante a 26ª Conferência Geral de Pesos e Medidas, em novembro do ano passado, quando uma votação unânime determinou redefinições das medidas do ampere (corrente elétrica), quilograma (massa), kelvin (temperatura) e mol (quantidade de substância).
As quatro medidas serão redefinidas com base em constantes da natureza, que são estáveis e imutáveis, a exemplo da velocidade da luz. O ampere é responsável pela medição da corrente elétrica, o que nos permite carregar dispositivos como smartphones ou laptops, por exemplo. Entenda o que muda:
Por que elas serão alteradas?
De acordo com o Laboratório Nacional de Física, no Reino Unido, a redefinição garante estabilidade ao Sistema Internacional, possibilitando medições precisas e avanços nas áreas da ciência e tecnologia, além de abrir oportunidades para o desenvolvimento de novas tecnologias.
Leia também:
+ Bactérias podem estar produzindo eletricidade no seu intestino
+ Hidrogênio: entenda a importância do elemento para vida na Terra
Como ficará o ampere?
Atualmente, a definição formal do ampere diz que ele é a “corrente constante na qual, se mantida em dois condutores paralelos retos, de comprimento infinito, de seção circular desprezível, e colocados no vácuo a um metro de distância, produziria entre esses condutores uma força igual a 0,0000002 newtons por metro de comprimento”.
A curiosidade e o problema dessa explicação é que ela não tem como ser comprovada fisicamente. Com a mudança, o ampere será definido pela carga elementar elétrica, que pode ser testada por aparelhos como a bomba de transporte do elétron único, usada pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST).
O que muda no cotidiano?
Na prática, nada. A mudança do ampere não afeta aparelhos eletrônicos, fiação ou mesmo choques elétricos, mas possibilita medições mais precisas. Os produtos continuarão do mesmo tamanho, mas serão definidos com maior grau de precisão. Isso beneficia a ciência e a indústria, contribuindo para fabricantes de baterias e para tecnologias como das máquinas de ressonância magnética e aceleradores de partícula utilizados pela CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), que poderão fazer cálculos mais precisos.
https://revistagalileu.globo.com/Tecnologia/noticia/2019/05/corrente-eletrica-assume-nova-definicao-em-maio-confira.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=post&fbclid=IwAR1GLSs9hZb1sCEI6QmBNmudqN3ZfokhILL3tLpa1MRXvMHS4bEJ3A75JV8
sexta-feira, 12 de abril de 2019
Físicos confirmam a existência de um novo estado de matéria
A descoberta prova que os estados sólido, líquido ou gasoso não são os únicos.
Até agora, os átomos da matéria física eram compreendidos existindo somente em um dos três estados: sólido, líquido ou gasoso. Mas uma equipe internacional de físicos, liderados pela Universidade de Edimburgo, descobriu que alguns elementos podem, quando submetidos a condições extremas, assumir as propriedades dos estados sólido e líquido.
A aplicação de altas pressões e temperaturas ao potássio cria um estado no qual a maioria dos átomos do elemento forma uma estrutura retiforme sólida. Entretanto, a estrutura também contém um segundo conjunto de átomos de potássio que estão em um arranjo fluido.
“O potássio é um dos metais mais simples que conhecemos, mas se você o apertar, ele forma estruturas muito complicadas”, disse o Dr. Andreas Hermann, da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Edimburgo e principal autor do estudo.
Até agora, não estava claro se essas estruturas representavam um estado distinto da matéria — chamado de estado de derretimento da cadeia — ou existiam como estágios de transição entre dois estados distintos.
Hermann e colegas usaram poderosas simulações de computador para estudar a existência do novo estado. A simulação de como 20 mil átomos de potássio se comportam sob condições extremas revelou que as estruturas formadas representam o estado estável de derretimento da cadeia.
“Aplicar pressão aos átomos leva à formação de duas estruturas de treliça sólidas interligadas. As interações químicas entre átomos em uma rede são fortes, o que significa que elas permanecem em uma forma sólida quando a estrutura é aquecida, enquanto os outros átomos se fundem em um estado líquido”, disseram os pesquisadores.
“Acredita-se que mais de meia dúzia de elementos — incluindo sódio e bismuto — sejam capazes de existir no recém-descoberto estado.”
Referência:
- HERMANN, Andreas et al. “On the chain-melted phase of matter”; Proceedings of the National Academy of Sciences, 2019.
quarta-feira, 6 de março de 2019
domingo, 17 de fevereiro de 2019
Dioptro Plano, Lâmina de Faces Paralelas e Prismas Ópticos
Dioptro Plano - https://www.youtube.com/watch?v=nIrbypHkVIU
Lâmina de Faces Paralelas - https://www.youtube.com/watch?v=LXCnyNrQOAQ
Prisma - https://www.youtube.com/watch?v=gA52nAS20hY
Lâmina de Faces Paralelas - https://www.youtube.com/watch?v=LXCnyNrQOAQ
Prisma - https://www.youtube.com/watch?v=gA52nAS20hY
terça-feira, 5 de fevereiro de 2019
1 segundo...
A Força Aérea Brasileira (FAB) planeja para 2020 o ensaio em voo do primeiro motor aeronáutico hipersônico feito no país. O teste integra um projeto mais amplo cujo objetivo é dominar o ciclo de desenvolvimento de veículos hipersônicos, que voam, no mínimo, a cinco vezes a velocidade do som.
Via: Pesquisa Fapesp 👉 http://bit.ly/fb275rapidobala
quarta-feira, 30 de janeiro de 2019
segunda-feira, 21 de janeiro de 2019
O peixe-gelo da Antártida
Os organismos aeróbios utilizam oxigênio para a combustão controlada do alimento, a fim de obterem energia para os processos vitais. Como o oxigênio se difunde lentamente nos líquidos, principalmente se forem viscosos, os animais desenvolveram sistemas circulatórios e moléculas de transporte de gases para facilitar a captação e distribuição do gás. Todos os vertebrados possuem um sistema de vasos e capilares que levam o sangue para todos os tecidos do corpo. No sangue, os glóbulos vermelhos, ou eritrócitos, possuem moléculas proteicas denominadas de hemoglobina que conseguem carregar e descarregar o oxigênio de forma rápida e eficiente aonde ele é necessário.
Entretanto, em 1954, um pesquisador da Universidade de Oslo, Johan T. Ruud, descreveu na revista Nature, pela primeira vez, um peixe praticamente sem eritrócitos e sem hemoglobina. Já se sabia desde a segunda década do século XX que esses peixes, chamados em inglês de icefish da Antártida (Fig. 1), não tinham sangue vermelho, mas ninguém ainda havia estudado o fenômeno com mais detalhes. No Oceano Antártico há cerca de 25 espécies de peixes-gelo pertencentes à família Channichthyidae, que não possuem eritrócitos, hemoglobina e nem mioglobina, que é a hemoglobina presente nos músculos. Por isso, o sangue é amarelado transparente, as brânquias são creme pálido e a carne é extremamente branca. Eles são peixes relativamente grandes atingindo, quando adultos, em torno de 25 a 75 cm. Chega a ser espantoso que um vertebrado desse porte possa levar uma vida “normal”, com todos os gastos que ela implica, sem os mecanismos considerados básicos para o transporte de oxigênio.
A vantagem de não ter eritrócitos e pigmentos respiratórios, se é que existe alguma, seria principalmente a de economizar energia para a construção dessas estruturas e moléculas. Nos mares antárticos, como vimos em outros artigos desta série, a produção de alimento sazonal parece ter resultado em diversas adaptações evolutivas no sentido da economia de energia, para enfrentar os períodos de relativa escassez de recursos alimentares. Apesar dessa aparente economia, sabe-se que o transporte de oxigênio dissolvido no plasma é cerca de 90% menos eficiente do que o realizado por pigmentos respiratórios.
Como os peixes-gelo fazem, então, para evitar o problema da hipóxia tecidual, ou seja, da falta de oxigênio nos tecidos? As maneiras de contornar esse problema constituem uma interessante questão biológica. Em primeiro lugar, as águas antárticas são frias e nelas a quantidade de oxigênio dissolvido pode ser maior do que em águas tropicais. Por exemplo, na água do mar a 30ºC, a saturação do gás é de 4,6 mg/l enquanto que a 0 oC ela é de 8,0 mg/l. A maior disponibilidade já seria um ponto positivo para facilitar a absorção e difusão do oxigênio. Além disso, os peixes-gelo, apesar de nadarem bem, possuem um metabolismo baixo e são bastante tranquilos e, por isso, gastam muito menos oxigênio do que um animal ativo.
Figura 1. Peixe-gelo da espécie Chionodraco hamatus (Lönnberg,1905) - http://en.wikipedia.org/wiki/Channichthyidae
O oxigênio pode ser parcialmente absorvido pela pele, que no caso dos peixes-gelo é bem vascularizada e sem escamas, mas esse processo parece representar apenas uma pequena fração do total que eles necessitam. Eles são também conhecidos como peixes-crocodilo devido a sua boca grande, que permite a passagem de uma grande quantidade de água que pode ser dirigida para as brânquias. Estas, por sua vez, estão abrigadas em cavidades operculares também avantajadas, por onde pode passar um volume de água maior; os próprios filamentos branquiais são grandes, numerosos e finos, o que aumenta a área para trocas gasosas. O volume sanguíneo dos peixes-gelo é também varias vezes superior ao comum para peixes de seu porte. Como não ha glóbulos vermelhos, o volume aumentado não implica em aumento da viscosidade, que dificultaria a circulação. O sistema circulatório desses animais também é especial.
Existe grande número de capilares que regam os tecidos, com epitélio fino, mas de calibre mais grosso. Essas características juntamente com um coração grande e potente permitem que haja um fluxo sanguíneo abundante e rápido. Segundo alguns autores, a ausência de hemoglobina e de eritrócitos nesses peixes não é uma adaptação no sentido tradicional do termo pois, para compensá-la, eles tiveram que desenvolver outros mecanismos, tais como os relatados acima, que acabam por gastar tanto ou mais energia do que a que eles economizam por serem “especiais”. De fato, essa perda seria como uma espécie de doença genética à qual os indivíduos dessas espécies sobreviveram por não ser letal em águas antárticas, devido às suas características físico-químicas e também ecológicas, como a falta de competidores. Seja como for, os peixes-gelo tiveram sucesso em águas antárticas e fazem parte da fauna ictíica há bastante tempo, provavelmente por cerca de seis milhões de anos. O único problema que eles vêm enfrentando é a pesca intensiva a que foram submetidos em algumas áreas marinhas, como as ilhas Georgia do Sul.
Devido a isso, as populações declinaram e ainda parecem estar em fase de recuperação. O aquecimento global também pode ser uma forte ameaça a esses animais adaptados a condições específicas e estáveis. Os estudos a respeito são relativamente escassos e precisam ser aprofundados.
Leituras sugeridas
Kock, K-H. 2005. Antarctic icefish (Channichthyidae): a unique family of fishes. A review, Part II. Polar Biol., 28:897-909.
Ruud, J.T. 1954. Vertebrates without erythrocytes and blood pigment. Nature, 173: 848.
Verde, C.; Giordano, D.; Russo, R.; Riccio, A.; Coppola, D.; di Prisco, G. 2011. Evolutionary adaptations in antarctic fish: the oxygen-transport system. Oecologia Australis, 15:40-50.
Artigos na internet:
http://blogs.scientificamerican.com/brainwaves/2012/08/03/how-the-antarctic-icefish-lost-its-red-blood-cells-but-survived-anyway/
http://en.wikipedia.org/wiki/Channichthyidae
Autores: Arthur José da Silva Rocha; Maria José de A. C. R. Passos; Gabriel Monteiro; Prof. Dr. Phan Van Ngan
Coordenador: Prof. Dr. Vicente Gomes
domingo, 6 de janeiro de 2019
Curva Geodésica
Uma geodésica é uma curva que une dois pontos tal que, para pequenas variações da forma da curva, o seu comprimento é estacionário. Do ponto de vista prático, na maioria dos casos, a geodésica é a curva de menor comprimento que une dois pontos. Em uma geometria plana (euclidiano), essa curva é um segmento de reta, mas em geometrias curvas (riemaniana), muito utilizadas por exemplo na Teoria da Relatividade Geral, a curva de menor distância entre dois pontos pode não ser uma reta.
Apesar de aparentar ser assustador, usando um exemplo prático fica mais fácil de compreender.
Se um viajante que queira ir de Nova York para Madri e vá se guiando pela bússola indo sempre para leste, ele percorrerá uma distância total de 3.707 milhas. Mas se ele resolver fazer um trajeto mais ao norte, passando pelo sul da Groenlândia e Islândia, percorrerá uma distância menor de 3.605 milhas. Mas como é que a curva indo pro norte tem uma distância menor? Na escola a professora me disse que a menor distância entre dois pontos é uma reta! Ela me mentiu? Realmente a menor distância entre dois pontos é a reta, mas lembre-se que a superficie da Terra não é plana, ou seja, ambas as trajetórias na verdade são curvas. É aí que entra a geodésica. Imaginado a imagem abaixo em 3D, se puxarmos a reta para fora da tela ela ficará maior, e quanto mais puxarmos maior ela ficará, até ser mais comprida que a curva de cima.
Então como saber se a curvatura é suficiente para a curva ser mais curta que a reta? Bom, em uma superfície curva, a menor distância entre dois pontos é a curva que tem como centro de curvatura (círculo da qual ela pertence) o mesmo centro de curvatura do plano. No caso da superfície da Terra, da menor distância entre dois pontos é a curva que passa pelo círculo que tem como centro o mesmo centro da Terra. A linha do Equador é o caso perfeito de uma curva que tem como centro o centro da Terra. As demais linhas, como trópico de Câncer e Capricórnio terão como centro um ponto acima e abaixo do eixo central de rotação da Terra, mas não coincidirá com o centro da Terra. Então, conforme mostra a figura no primeiro comentário do post, a distância mais curta entre Nova York e Madri é a curva que tem como centro de curvatura o centro da Terra, ou seja o viajante deve ir na trajetória que passa mais ao Norte.
© Astro·Física | Astrophysics, 2019
Link: https://www.facebook.com/AstroFisica.org/photos/a.240447209704020/664873680594702/?type=3&theater
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